‼️Quénia: 𝐏𝐞𝐥𝐨 𝐦𝐞𝐧𝐨𝐬 𝟏𝟎 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐞𝐬𝐭𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐨 𝐠𝐨𝐯𝐞𝐫𝐧𝐨

 

As manifestações contra o governo queniano resultaram, até a noite de segunda-feira (07.07), na morte de pelo menos 10 pessoas, segundo informou a Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia (KNCHR). Os protestos, que se tornaram violentos, provocaram confrontos entre manifestantes e forças policiais, que responderam com gás lacrimogéneo e bloquearam os acessos à capital, Nairobi.

Logo nas primeiras horas do dia, a polícia interditou as principais vias que levam ao centro da cidade, numa tentativa de impedir que os manifestantes se reunissem na zona central da capital.

Mais de 560 manifestantes foram presos em diferentes pontos do país, de acordo com um comunicado oficial da polícia divulgado após o relatório da KNCHR. A mesma nota indicava que dezenas de agentes ficaram feridos durante os confrontos.

Os protestos desta segunda-feira coincidiram com o aniversário da manifestação histórica conhecida como "Saba Saba" — expressão suaíli para "sete sete", em referência ao 7 de julho de 1990, quando milhares de quenianos exigiram o fim do sistema de partido único e o início da democracia multipartidária. As primeiras eleições nesse formato aconteceram em 1992.

Hoje, os manifestantes voltam às ruas com novas reivindicações. Entre as exigências estão a renúncia do presidente William Ruto, acusado de corrupção, além de críticas ao elevado custo de vida, à brutalidade policial e à má gestão do país.

As vias de acesso ao Parlamento — que foi invadido durante protestos contra aumentos de impostos no ano anterior — e ao gabinete presidencial, foram bloqueadas com arame farpado. A polícia também restringiu a circulação de pedestres, carros e até bicicletas, exceto em casos de serviços essenciais.

Mesmo com o apelo do ministro da Função Pública, Geoffrey Ruku, para que os funcionários públicos se apresentassem aos seus postos, a maioria das empresas e estabelecimentos permaneceu encerrada, especialmente no centro comercial de Nairobi.

O porta-voz da polícia, Michael Muchiri, afirmou que certos indivíduos envolvidos nas manifestações optaram por atos ilegais e criminosos, como incendiar objetos e atirar pedras contra os agentes. A resposta das autoridades incluiu disparos de balas e gás lacrimogéneo, o que resultou em mais feridos.

A KNCHR denunciou ainda que muitos polícias atuaram à paisana, sem uniforme e utilizando veículos descaracterizados, contrariando decisões judiciais que exigem identificação visível dos agentes durante operações públicas.

Em meio ao caos, um morador de Nairobi, Evans Nyakwara, expressou sua indignação: “Estão a disparar munições reais para todo lado. A polícia está a ser manipulada pelo governo. Precisam perceber que estão a matar seus próprios concidadãos. Não somos bichos, somos humanos e merecemos proteção, não violência.”


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