O partido político português CHEGA submeteu recentemente à Assembleia da República de Portugal um Projeto de Voto intitulado n.º 88/XVII/1.ª. Esse documento representa uma iniciativa formal e institucional que visa demonstrar solidariedade internacional diante do que o partido considera ser uma grave violação dos direitos democráticos em Moçambique.

 




No centro desta proposta está o nome de Venâncio Mondlane, figura proeminente da oposição moçambicana, que tem vindo a enfrentar acusações judiciais que, segundo o CHEGA, configuram uma clara tentativa de silenciamento político. O projeto apresentado denuncia abertamente essas ações, classificando-as como uma forma de repressão que atinge não apenas o político, mas também a expressão democrática de um povo inteiro.

O texto do projeto critica aquilo que é descrito como uma perseguição judicial injustificada, que visa calar vozes dissidentes e restringir liberdades fundamentais em Moçambique. De acordo com o CHEGA, essa repressão assume um caráter liberticida, ao procurar inibir o exercício pleno dos direitos políticos por parte dos cidadãos e representantes legítimos da sociedade moçambicana.

Para o partido português, a situação em Moçambique ultrapassa os limites de um mero conflito político interno. O que está em causa, segundo defendem, é a própria essência da democracia e do Estado de Direito. Assim, o projeto de voto não se limita a manifestar apoio pessoal a Venâncio Mondlane, mas amplia o foco para uma denúncia clara contra todas as formas de opressão que venham a comprometer a soberania popular no país africano.

Num dos trechos do documento, o CHEGA afirma que as ações desencadeadas pelas autoridades moçambicanas constituem uma tentativa de anular a livre escolha do povo, minando o princípio basilar da democracia: o respeito pela vontade da maioria expressa nas urnas. Através desta tomada de posição, o partido pretende alertar a comunidade internacional para a necessidade de vigilância e intervenção diplomática em favor dos direitos humanos e da liberdade de expressão.

A iniciativa também ressalta que Moçambique, sendo um país de língua oficial portuguesa e parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), não pode ficar fora do radar das instituições democráticas dos demais países lusófonos. É nesse sentido que o CHEGA procura sensibilizar os deputados portugueses e a sociedade civil europeia para que assumam uma posição ativa em defesa da legalidade e da justiça.

Venâncio Mondlane, advogado, político e ativista, tem sido uma das vozes mais críticas à governação atual em Moçambique. Ao longo dos últimos anos, tem denunciado reiteradamente práticas que considera serem lesivas ao interesse público, à transparência e à boa governação. Por isso mesmo, tornou-se alvo de um conjunto de processos judiciais que, na visão dos seus apoiantes e de observadores internacionais, possuem forte cunho político.

O projeto de voto submetido pelo CHEGA não se limita a palavras simbólicas. Ele representa um gesto concreto de apoio que pode servir de precedente para outras manifestações semelhantes nos parlamentos de países que prezam pelos valores democráticos. Ao condenar as práticas repressivas em Moçambique, o CHEGA posiciona-se ao lado daqueles que acreditam na liberdade de expressão e na integridade dos processos eleitorais.

O documento apresentado ao Parlamento português reforça ainda que é fundamental garantir que lideranças da oposição não sejam perseguidas judicialmente apenas por manifestarem opiniões divergentes ou denunciarem irregularidades no processo de governação. Para o CHEGA, isso fere os princípios mais elementares do Estado Democrático de Direito.

Ao denunciar as ações contra Mondlane, o partido também procura chamar atenção para a necessidade de respeitar os direitos civis e políticos consagrados em tratados internacionais dos quais Moçambique é signatário. A liberdade de manifestação, o direito de oposição e o pluralismo político são pilares fundamentais que, segundo o CHEGA, estão sob ameaça naquele país.

Além disso, o projeto de voto deixa claro que essa posição não pretende interferir na soberania moçambicana, mas sim manifestar a preocupação legítima de um parlamento democrático com os acontecimentos que colocam em risco a integridade das instituições e a vontade do povo.

Esta atitude do CHEGA é um sinal de que a solidariedade internacional pode desempenhar um papel importante na defesa da democracia e dos direitos humanos. O apoio a Venâncio Mondlane torna-se, assim, um símbolo da resistência contra todas as formas de autoritarismo.

Num contexto mais amplo, o projeto pretende contribuir para a criação de uma rede de apoio internacional aos que, em Moçambique e noutras nações, lutam por um sistema político mais justo, transparente e inclusivo. O partido acredita que o silêncio diante da injustiça é uma forma de conivência, e por isso escolheu agir.

Por fim, o projeto afirma que o compromisso com a democracia exige coragem e ação. O CHEGA decidiu, por meio deste gesto formal, deixar claro que está ao lado da liberdade, da justiça e do respeito pela vontade popular. A sua posição reflete a importância de que todas as vozes sejam ouvidas, especialmente aquelas que são alvo de tentativas de silenciamento por parte de regimes ou instituições que resistem à mudança.

Com este projeto, o Parlamento português é chamado a posicionar-se sobre uma questão que ultrapassa fronteiras e nos relembra que os direitos fundamentais devem ser protegidos em qualquer lugar do mundo, independentemente da geografia, da cultura ou do sistema político vigente.


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