Na madrugada gelada desta segunda-feira, Moçambique perdeu uma das figuras mais emblemáticas do seu futebol: António Fernando Ouana, carinhosamente conhecido como Duba Duba. Aos 59 anos de idade, o antigo médio faleceu, deixando uma marca indelével na história desportiva do país.
Duba Duba brilhou com intensidade no Maxaquene, onde conquistou o tricampeonato nacional entre 1984 e 1986, além de erguer a Taça de Moçambique em duas ocasiões consecutivas, nos anos de 1986 e 1987. A sua habilidade no meio-campo, aliada à capacidade de drible e visão de jogo, fizeram dele um dos jogadores mais temidos e admirados da sua geração.
Durante a sua carreira, ficou também conhecido pelo apelido de Antoninho 1º, para o distinguir de outro jogador com o mesmo nome que atuava na mesma época. Esta designação reforçava o seu estatuto como o mais influente dos dois dentro das quatro linhas.
Duba Duba não se limitou ao Maxaquene. Ao longo da sua carreira, vestiu as camisolas de outros clubes de renome no país, como o Desportivo de Maputo, Matchedje, Têxtil de Púnguè e, mais tarde, o Ferroviário de Nacala, na província de Nampula, onde pendurou as chuteiras. A sua passagem por estas equipas foi marcada por dedicação, disciplina e um estilo de jogo cativante.
Além das atuações a nível interno, Duba Duba fez parte da Selecção Nacional de Moçambique, representando com orgulho as cores da pátria. A sua presença em campo era sinónimo de entrega total, talento e liderança.
Entre os anos de 1988 e 1990, Duba Duba aventurou-se no futebol europeu. Em Portugal, passou seis meses em período de testes no Belenenses. Posteriormente, rumou a França, na esperança de continuar a carreira em solo europeu. Embora estas experiências não tenham resultado em contratos prolongados, demonstram a ambição e o desejo do jogador de elevar ainda mais o seu percurso desportivo.
O seu falecimento representa uma perda profunda para o desporto moçambicano. Mais do que um atleta, Duba Duba foi um símbolo de uma era de ouro do futebol nacional. Muitos adeptos recordarão os seus passes milimétricos, a elegância em campo e a paixão com que vestia cada camisola.
O nome Duba Duba viverá na memória dos amantes do desporto-rei como sinónimo de talento, humildade e perseverança. A sua trajetória é uma inspiração para as novas gerações de futebolistas moçambicanos, que veem nele um exemplo de dedicação e amor pelo jogo.
O futebol moçambicano curva-se diante do legado de António Fernando Ouana. Que descanse em paz.
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