Na província da Huíla, mais precisamente no município do Lubango, dois irmãos, ambos com 36 anos de idade, foram detidos no dia 30 de junho por envolvimento em actividades ilegais ligadas à comercialização de carne. Segundo as autoridades, os indivíduos foram apanhados a vender carne de burro, disfarçada como se fosse de vaca, o que representa um grave atentado à saúde pública.
A detenção foi resultado de uma operação conduzida pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), desencadeada após uma denúncia anónima que alertava para a venda clandestina de carne imprópria para o consumo humano. A denúncia indicava que os suspeitos estariam a abater animais fora dos canais legais e a vender a carne enganando os consumidores.
No momento da abordagem, os agentes do SIC surpreenderam os dois irmãos em pleno acto, tendo sido encontrados cerca de 150 quilos de carne de burro, devidamente embalada e pronta para ser distribuída como se fosse carne bovina. As autoridades procederam imediatamente à apreensão do produto, dando início aos trâmites legais contra os acusados.
As autoridades recordam que o consumo de carne de burro não é comum em Angola e não consta das carnes reconhecidas pelas entidades sanitárias como seguras para a alimentação humana. Além disso, o abate destes animais fora das normas sanitárias e sem qualquer tipo de controlo constitui uma infração grave e pode provocar sérios riscos à saúde dos consumidores.
O SIC tem reforçado a fiscalização em mercados e pontos de venda informal, numa tentativa de travar a crescente onda de comercialização de produtos alimentares em condições duvidosas. A instituição reafirma que continuará a trabalhar incansavelmente para garantir a legalidade, a segurança alimentar e a protecção da saúde pública em todo o território nacional.
Em comunicado, o Serviço de Investigação Criminal apelou à população para continuar a colaborar com as autoridades, denunciando práticas suspeitas ou ilegais que possam pôr em causa a vida e o bem-estar dos cidadãos. O envolvimento da comunidade é considerado essencial para o combate eficaz à criminalidade, sobretudo em áreas sensíveis como a alimentação e a saúde.
Os dois detidos aguardam agora os trâmites judiciais e poderão responder por crimes relacionados com a fraude alimentar, abate ilegal de animais e atentado à saúde pública. O caso está a ser acompanhado pelo Ministério Público, que deverá dar seguimento às investigações para apurar se existem mais pessoas envolvidas nesta prática ou redes organizadas que operam na região.
Este episódio chama a atenção para a necessidade de se reforçar a educação alimentar, a fiscalização nos mercados e o controlo sanitário sobre os produtos de origem animal, garantindo que apenas alimentos seguros e devidamente certificados cheguem à mesa dos cidadãos.
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