Cinco agentes da PRM em Mogovolas sob investigação por envolvimento em esquemas de roubo e perturbação da ordem




Na província de Nampula, concretamente no distrito de Mogovolas, cinco membros da Polícia da República de Moçambique (PRM) estão sob custódia e a responder a interrogatórios das autoridades judiciais. A sua detenção surge no seguimento de uma investigação minuciosa que aponta para o seu possível envolvimento no desvio de pedras semipreciosas, com destaque para ouro, num incidente ocorrido durante o último fim de semana.

Segundo informações colhidas junto do Comando Provincial da PRM em Nampula, os agentes são suspeitos de terem tentado apropriar-se de parte do material apreendido durante uma operação de fiscalização. A porta-voz da corporação, Rosa Chaúque, confirmou à imprensa que os mesmos estão a ser formalmente ouvidos, como parte do processo de apuramento de responsabilidades.

O caso ganhou maior dimensão quando surgiram denúncias adicionais que relacionam estes mesmos agentes com uma alegada rede criminosa activa em Mogovolas, desde meados de 2024. De acordo com relatos das comunidades locais e informações preliminares da investigação, esta rede estaria por trás de uma série de distúrbios que têm abalado a estabilidade do distrito.

Entre os actos atribuídos ao grupo destacam-se tumultos em zonas residenciais, assaltos organizados, actos de vandalismo e ataques a empresas e propriedades comerciais. Há ainda registo de um roubo de grande escala contra um empresário local, onde foram levadas elevadas quantias em dinheiro e bens de valor considerável.

Um dos episódios mais alarmantes foi o ataque coordenado a uma companhia mineira da região, durante o qual se verificou o saque de minérios. Além disso, há indícios de que o grupo tenha participado em campanhas de desinformação sobre supostos surtos de doenças, nomeadamente cólera, gerando pânico entre os residentes e levando a acções violentas de retaliação contra supostos "responsáveis".

As investigações também revelam que esta suposta rede criminosa, da qual os cinco agentes fariam parte, teria como uma das suas funções a protecção de operadores de mineração ilegal. Além de facilitar o acesso às zonas de garimpo, os suspeitos estariam a intimidar empresários legítimos e a criar um ambiente de medo e insegurança na região.

A actuação dos implicados pode ter contribuído significativamente para o enfraquecimento da confiança da população nas forças de segurança locais. Em muitas comunidades, começa a surgir a ideia de que os próprios agentes da lei estariam a promover a ilegalidade em vez de a combater.

De acordo com fontes ligadas ao processo, os agentes também são acusados de proteger rotas clandestinas usadas para o escoamento de ouro e outros recursos minerais extraídos de forma ilegal. Esse comportamento, além de ferir a ética policial, representa um duro golpe contra a economia local e nacional.

A situação tem gerado inquietação entre os líderes comunitários, que exigem acções concretas por parte das autoridades provinciais e centrais. Há apelos para que se tomem medidas rigorosas, que sirvam de exemplo e desencorajem a infiltração de elementos corruptos nas fileiras da polícia.

Rosa Chaúque reforçou que a PRM está comprometida com o esclarecimento total do caso e que não haverá tolerância para comportamentos que manchem a imagem da corporação. A porta-voz assegurou que todas as responsabilidades serão apuradas, e os culpados, responsabilizados conforme prevê a lei.

O Comando Provincial garantiu ainda que continua a colaborar com os órgãos judiciais para garantir que a verdade seja trazida à tona, e prometeu novos pronunciamentos à medida que o processo avançar.

Por enquanto, os cinco agentes permanecem detidos e afastados das suas funções, enquanto decorrem as diligências legais. Este caso reacende o debate nacional sobre a necessidade de fortalecer os mecanismos de controlo interno nas instituições de defesa e segurança.

Especialistas em segurança defendem uma revisão urgente das práticas de supervisão interna e maior transparência na actuação dos agentes, especialmente em zonas sensíveis onde a actividade mineira informal é uma realidade.

Em paralelo, líderes cívicos e activistas pela transparência exigem uma auditoria independente e imparcial sobre o funcionamento da polícia no distrito, para evitar que casos semelhantes se repitam no futuro.

Nas próximas semanas, espera-se que novos detalhes venham a público, à medida que o inquérito avança. O Ministério Público deverá, segundo apurámos, pronunciar-se assim que as provas forem consolidadas.

Enquanto isso, a população de Mogovolas aguarda com expectativa por justiça e pelo restabelecimento da confiança nas autoridades policiais que, por dever, deveriam zelar pela segurança pública e não contribuir para o seu enfraquecimento.

Este caso torna-se um alerta sobre os riscos da corrupção no seio das forças de defesa, especialmente em regiões onde os recursos naturais são explorados de forma intensiva. A vigilância da sociedade civil será crucial nos próximos tempos para garantir que os culpados não fiquem impunes.


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