Venâncio Mondlane Apresenta Movimento Contra a Corrupção: “Chega de Silêncio” Ecoa pelo País

 



Num momento crítico da história política de Moçambique, marcado por escândalos de corrupção e crescente desconfiança popular nas instituições do Estado, o político e ativista Venâncio Mondlane decidiu erguer a sua voz. Com convicção e coragem, lançou uma iniciativa ousada com um objetivo claro: combater a corrupção sistêmica que tem corroído os alicerces da democracia moçambicana. A frase “Chega de Silêncio” foi escolhida como o grito de guerra dessa campanha, que pretende mobilizar consciências e transformar indignação em ação concreta.

Mondlane, conhecido por seu posicionamento firme e seu histórico de denúncias contra injustiças no país, escolheu um cenário simbólico para o lançamento: o centro da capital, Maputo, diante de uma multidão que aguardava ansiosamente por respostas e soluções. Em seu discurso, visivelmente emocionado, afirmou que o tempo da omissão terminou. “Não podemos continuar assistindo calados ao saque dos recursos públicos. O povo moçambicano merece transparência, justiça e dignidade”, disse, arrancando aplausos calorosos da plateia.

A iniciativa, que combina ações de fiscalização cidadã, denúncias públicas e propostas legislativas, nasce como uma frente de resistência contra a impunidade. Segundo Mondlane, o combate à corrupção não é apenas uma questão legal, mas sobretudo uma luta moral. “Quando desviam verbas destinadas à saúde, à educação, às infraestruturas, estão a roubar vidas. Estão a comprometer o futuro de milhões”, declarou.

Além dos discursos, a campanha traz consigo um plano de ação dividido em etapas. A primeira envolve a criação de um observatório cidadão anticorrupção, formado por juristas, economistas, jornalistas investigativos e membros da sociedade civil. Esse grupo será responsável por acompanhar a execução orçamental, identificar práticas suspeitas e elaborar relatórios públicos sobre a gestão dos recursos em diferentes setores do governo.

Outro ponto-chave da iniciativa é a aposta na educação cívica. Para Mondlane, é essencial cultivar, desde cedo, uma consciência ética nas novas gerações. Assim, a campanha prevê a implementação de programas de formação em escolas e universidades, onde serão debatidos temas como transparência, boa governação e responsabilidade social. “Queremos formar cidadãos críticos, que saibam exigir os seus direitos e fiscalizar os seus representantes”, destacou.

A terceira frente de atuação da iniciativa envolve a pressão legislativa. Mondlane, que atualmente ocupa um lugar na Assembleia da República, comprometeu-se a propor leis mais rígidas no combate à corrupção. Isso inclui o fortalecimento das instituições de controle, o aumento das penas para crimes económicos e a proteção eficaz de denunciantes (os chamados "whistleblowers").

Durante o evento de lançamento, várias vítimas dos efeitos da corrupção tiveram a oportunidade de dar os seus testemunhos. Uma enfermeira, que preferiu não se identificar, contou como a falta de medicamentos e equipamentos nos hospitais públicos compromete vidas diariamente. Um agricultor do centro do país falou sobre fundos prometidos que nunca chegaram às comunidades. “A corrupção mata de fome e de doença”, disse ele, emocionado.

Com o lema “Chega de Silêncio”, Mondlane pretende também criar um movimento de unidade nacional. A ideia é que qualquer cidadão — independente de filiação partidária, origem social ou religião — possa somar forças a esta causa. “A luta contra a corrupção não é de esquerda nem de direita, é de todos os que querem um país mais justo”, declarou.

A repercussão do lançamento foi imediata. Nas redes sociais, milhares de moçambicanos manifestaram apoio à iniciativa. Muitos usaram a hashtag #ChegaDeSilêncio para compartilhar histórias, denúncias e palavras de encorajamento. Organizações internacionais que atuam em prol da transparência também se mostraram atentas e dispostas a colaborar com a iniciativa.

Apesar do entusiasmo popular, Mondlane reconhece os desafios pela frente. Enfrentar estruturas enraizadas de poder não será tarefa fácil. “Sabemos que há interesses poderosos que lucram com o sistema atual. Mas não podemos recuar. A verdade tem que prevalecer, mesmo que doa”, afirmou.

A proposta de Mondlane não se limita à denúncia. Ela busca criar mecanismos sustentáveis para transformar o modo como o poder é exercido em Moçambique. Seu plano inclui ainda a criação de canais seguros para denúncias anônimas, bem como parcerias com jornalistas investigativos, que terão suporte técnico e jurídico para desenvolver suas apurações.

A longo prazo, Mondlane pretende que a campanha evolua para uma plataforma permanente de fiscalização popular. “O combate à corrupção não pode ser sazonal. Precisa ser parte do nosso cotidiano. É um dever cívico de todos nós”, disse ele, encerrando o evento com a promessa de visitar cada província do país para ouvir as pessoas e construir um plano de ação colaborativo.

A iniciativa recém-lançada já começa a ganhar corpo e promete ser um divisor de águas na política moçambicana. Com coragem, transparência e compromisso público, Venâncio Mondlane desafia o silêncio que por muito tempo pairou sobre os corredores do poder. E ao fazer isso, convida todos os moçambicanos a romperem com o medo e a inércia.

Porque, como ele próprio afirmou: “Moçambique só será livre da corrupção no dia em que cada cidadão disser, com coragem e convicção: chega de silêncio!”


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