ÚLTIMA HORA: RESIDÊNCIA DE OSSUFO MOMADE FOI INCENDIADA EM ATAQUE SURPRESA POR EX-GUERRILHEIROS DA RENAMO


Na calada da madrugada desta quarta-feira, um episódio alarmante abalou profundamente a estrutura interna da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). De acordo com informações preliminares e relatos locais, a residência de Ossufo Momade, presidente do partido e uma das figuras políticas mais controversas da atualidade, foi consumida pelas chamas em circunstâncias que apontam para um ataque coordenado e deliberado.

Fontes próximas ao local indicam que indivíduos fortemente armados e supostamente identificados como antigos guerrilheiros da RENAMO protagonizaram a ação. O grupo teria invadido o perímetro da propriedade e iniciado o incêndio pouco antes das três horas da manhã. O fogo se alastrou rapidamente, destruindo grande parte da residência. A segurança pessoal de Ossufo Momade, apesar de presente, não conseguiu conter o ataque nem evitar os danos materiais.

As autoridades locais, incluindo bombeiros e unidades de intervenção rápida, foram acionadas logo após o início do incêndio. Embora tenham conseguido controlar as chamas por volta do amanhecer, o estrago já estava feito: documentos pessoais, equipamentos de comunicação e bens de valor inestimável foram reduzidos a cinzas. Não há, até o momento, confirmação de feridos graves ou vítimas fatais, mas a tensão na região permanece elevada.

Segundo análises iniciais, os autores do ataque seriam dissidentes da ala militar da RENAMO, descontentes com a atual liderança e com o rumo político adotado pelo partido desde o acordo de paz assinado há alguns anos. Esses elementos acusam Momade de ter se afastado dos ideais do partido e de priorizar interesses pessoais em detrimento da base guerrilheira que sustentou a organização durante décadas.

O incidente reacende antigos fantasmas da divisão interna na RENAMO, expondo as feridas mal cicatrizadas entre os comandos militares e a direção política. A desmobilização incompleta dos ex-combatentes, somada a promessas não cumpridas no processo de reintegração social e económica, pode ter alimentado o descontentamento que culminou neste ato extremo.

Ossufo Momade, que se encontrava fora da residência no momento do ataque, já foi informado da ocorrência e, segundo fontes próximas, encontra-se em segurança. Por meio de um breve comunicado divulgado pela assessoria do partido, o líder da RENAMO classificou o ato como “um atentado contra a estabilidade interna do partido e uma ameaça à paz nacional”. Ele também apelou à calma entre os militantes e prometeu que os responsáveis serão identificados e levados à justiça.

Este episódio levanta sérias preocupações quanto ao futuro da RENAMO e do próprio processo democrático em Moçambique. A instabilidade interna pode comprometer a imagem do partido perante o eleitorado e enfraquecer sua atuação nas próximas eleições, caso medidas urgentes não sejam tomadas para restaurar a confiança entre as diferentes alas da organização.

Analistas políticos já se manifestaram, indicando que o ataque à casa de Ossufo Momade é o reflexo direto da fragilidade estrutural do partido. “A RENAMO está atravessando uma crise de identidade. Desde a morte de Afonso Dhlakama, o partido tem enfrentado desafios de coesão interna, e esse evento é apenas a ponta do iceberg”, comentou um especialista em política moçambicana.

Enquanto isso, o Governo moçambicano, através do Ministério do Interior, prometeu uma investigação rigorosa para apurar os autores do ataque. Forças policiais já se encontram em patrulha na região onde ocorreu o incidente, e o clima é de alerta máximo.

A população local, por sua vez, manifesta receios quanto a uma possível escalada da violência, temendo que o ato de hoje possa desencadear uma nova onda de confrontos entre facções rivais da RENAMO, ou até mesmo gerar conflitos com forças governamentais.

Organizações da sociedade civil, incluindo instituições que atuam na promoção da paz e reconciliação, apelaram ao diálogo imediato dentro do partido, alertando que a violência interna mina a confiança popular e ameaça a estabilidade nacional. "Moçambique não pode se dar ao luxo de reviver os erros do passado. A paz deve ser protegida com firmeza e responsabilidade", disse um representante de uma organização humanitária.

O ataque à residência de Ossufo Momade marca, sem dúvida, um dos momentos mais críticos da trajetória recente da RENAMO. Mais do que um simples ato de vandalismo, o incêndio representa um grito de revolta de uma parte esquecida da militância, que exige ser ouvida. As próximas horas serão determinantes para entender se o partido será capaz de conter a crise ou se caminhará rumo a uma ruptura mais profunda.

Neste momento, a expectativa nacional gira em torno de como a liderança da RENAMO irá responder à crise e quais ações serão adotadas para garantir a segurança dos seus membros e a integridade do partido. A história, infelizmente, mostra que o silêncio diante de tais atos pode ser tão destrutivo quanto o fogo que consumiu a casa do seu líder.

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