Motoristas interrompem tráfego durante cinco horas no cruzamento de Maciene, denunciando cobranças ilegais de até 3.000 meticais por agentes da Polícia de Trânsito.
Na manhã desta segunda-feira, um grupo de transportadores interprovinciais interrompeu temporariamente a circulação na Estrada Nacional Número Um (EN1), especificamente na zona do cruzamento de Maciene, no distrito de Chongoene, província de Gaza. A paralisação durou cerca de cinco horas e foi motivada por alegações de extorsão por parte de agentes da Polícia de Trânsito (PT), bem como a existência de supostos postos de controlo instalados ilegalmente.
De acordo com os manifestantes, o exercício da actividade de transporte de passageiros tem-se tornado insustentável devido às cobranças ilegais alegadamente exigidas pelos agentes, valores que variam entre 200 e 3000 meticais. Estas quantias seriam cobradas fora dos trâmites legais, muitas vezes em substituição das multas formais, numa tentativa de “calar” os polícias.
Os transportadores alegam que estão a operar sob constante pressão e chantagem, o que compromete não só os seus rendimentos, como também o bom funcionamento do sistema de transporte interprovincial. “Já não conseguimos sustentar as nossas famílias, porque todo o lucro vai para pagar subornos”, lamentou um dos motoristas que aderiu ao protesto.
A paralisação gerou longas filas de veículos, prejudicando centenas de passageiros que tentavam seguir viagem entre as províncias. Muitos tiveram de esperar horas à beira da estrada, sem qualquer informação oficial, enquanto os manifestantes bloqueavam parcialmente o fluxo normal de trânsito.
A situação só foi normalizada após um encontro entre os representantes dos transportadores, autoridades locais e membros da Polícia de Trânsito. Durante a reunião, as partes envolvidas discutiram os pontos de conflito e chegou-se a um entendimento provisório. Foi prometido que se investigariam as denúncias e que os casos de má conduta policial seriam encaminhados às instâncias competentes.
Apesar da trégua, os transportadores deixaram um aviso claro: se os episódios de alegada extorsão persistirem, novas paralisações poderão ocorrer nos próximos dias. A promessa de intensificar os protestos deixa no ar um clima de tensão entre a classe transportadora e as autoridades
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