Após um período de detenção que causou grande agitação social, Mazione voltou às ruas, mas a sua saída da prisão não passou despercebida. Com semblante firme e olhar determinado, o ativista não perdeu tempo e aproveitou os primeiros momentos em liberdade para deixar uma mensagem direta aos membros da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), responsáveis pela sua detenção.
Segundo Mazione, a sua prisão foi marcada por episódios que, segundo ele, colocam em causa os direitos fundamentais de qualquer cidadão. “Não fui tratado como um cidadão com direitos. Fui tratado como um problema que devia ser silenciado. Mas estou aqui, mais forte e mais consciente do que nunca”, declarou.
Ainda no mesmo discurso, Mazione afirmou que a sua luta não terminou com a prisão, mas apenas ganhou uma nova dimensão. “A minha detenção não me quebrou. Pelo contrário, deu-me mais força para continuar a denunciar os abusos e lutar por justiça social neste país. O povo precisa saber que não está sozinho”, disse com convicção.
O ativista não poupou críticas à atuação da UIR, acusando alguns dos agentes de abuso de poder, uso excessivo da força e perseguição injustificada. “Não estamos em guerra, estamos a exigir os nossos direitos. O que fizeram comigo pode acontecer com qualquer outro jovem que se levante contra as injustiças. Isto é grave e não pode continuar”, acrescentou.
Apesar do tom crítico, Mazione também deixou um apelo à reflexão para os membros da força policial. “Vocês, agentes da UIR, são filhos deste povo. São irmãos, pais, tios e sobrinhos de pessoas que também sofrem com o sistema. Não se deixem usar como armas contra os vossos próprios irmãos. Pensem!”, exclamou.
A sua libertação foi recebida com alegria por centenas de apoiantes que se concentraram nas imediações da cadeia. Entre cânticos, gritos de apoio e faixas com mensagens de solidariedade, muitos afirmaram que a sua prisão foi uma tentativa clara de silenciar a voz de quem representa a dor e os anseios dos mais desfavorecidos.
Organizações de defesa dos direitos humanos também reagiram, considerando a detenção de Mazione como arbitrária e uma forma de intimidação política. “É inaceitável que em pleno século XXI ainda se recorra à repressão para calar ativistas”, declarou uma representante de uma organização local.
Entretanto, fontes da UIR afirmam que a detenção de Mazione foi realizada no cumprimento da lei, negando qualquer tipo de abuso ou irregularidade. “A nossa atuação foi baseada em ordens superiores. Não houve excesso. Agimos com base nos factos disponíveis no momento”, disse um porta-voz da corporação.
Mas os apoiantes de Mazione têm outra visão. Muitos dizem que a detenção foi uma manobra estratégica para intimidar a juventude engajada em causas sociais. “Não é só o Mazione que está a ser perseguido. Todos nós estamos sob ameaça sempre que decidimos levantar a voz”, comentou um jovem estudante.
Nas redes sociais, o tema continua a gerar discussões acesas. Enquanto uns criticam a atuação policial, outros pedem moderação no discurso de Mazione, alegando que a sua retórica pode fomentar instabilidade. O próprio Mazione já respondeu a essas críticas dizendo: “A minha luta não é contra a paz, é contra a injustiça”.
Com o regresso à liberdade, Mazione prometeu continuar a sua missão com ainda mais vigor. “Não vou recuar. Se me querem calar, terão de me enfrentar com argumentos, não com algemas”, afirmou.
A sua primeira ação após a libertação será a realização de uma conferência pública para esclarecer os detalhes da sua detenção e lançar uma nova fase da sua campanha de consciencialização popular.
Muitos veem em Mazione um símbolo da resistência da juventude moçambicana. Ele tornou-se um rosto conhecido nos bairros periféricos, nas redes sociais e nos protestos que desafiam o status quo. Para os que o seguem, ele representa esperança e coragem.
Já para os que o criticam, Mazione deveria moderar o seu tom e buscar diálogo institucional. Mas ele insiste que, enquanto houver desigualdade, repressão e falta de transparência, a sua voz continuará a ecoar, em nome de quem não pode falar.
Questionado sobre se teme uma nova prisão, Mazione respondeu com firmeza: “O medo não pode ser a arma que nos paralisa. O medo existe, mas a vontade de mudar é maior. E se for preciso, estarei pronto para pagar o preço de lutar pelo que acredito.”
Para muitos, o episódio serviu para expor as tensões existentes entre a juventude crítica e as instituições de segurança pública. A libertação de Mazione é vista como uma vitória simbólica, mas também como um alerta sobre o estado das liberdades civis no país.
A expectativa agora gira em torno dos próximos passos do ativista. Qual será a sua próxima ação? Conseguirá mobilizar ainda mais pessoas para a sua causa? E como as autoridades irão lidar com o crescente descontentamento popular?
Enquanto essas perguntas não encontram resposta, uma coisa é certa: Mazione está de volta. E não pretende recuar.
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