‼️ GUINÉ-BISSAU CONDENA ESCALADA DE VIOLÊNCIA E ANUNCIA POSSÍVEL INTERVENÇÃO DIPLOMÁTICA

 


O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, lançou esta segunda-feira um apelo direto às nações do Médio Oriente, mais especificamente a Israel e ao Irão, pedindo o fim imediato do confronto armado entre ambos. O chefe de Estado guineense foi firme ao afirmar que, se a situação não se resolver por vias pacíficas, o seu país poderá considerar tomar medidas para contribuir no restabelecimento da estabilidade na região.

A declaração foi proferida durante a cerimónia de inauguração de uma das mais significativas obras de infraestrutura no país — um troço de 8,2 quilómetros de autoestrada, financiado e construído com o apoio da República Popular da China. A nova via liga o Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira à localidade de Safim, nos arredores da capital Bissau.

Perante uma plateia atenta e composta por representantes do governo, diplomatas e cidadãos comuns, Embaló aproveitou o momento para refletir sobre o cenário internacional, onde se multiplicam os focos de tensão armada. “Vivemos tempos muito difíceis. O mundo está a atravessar um período de grande turbulência, com conflitos espalhados por vários continentes. Isso é preocupante para todos”, afirmou o Presidente.

Dirigindo-se aos países envolvidos no conflito, o estadista guineense expressou a sua insatisfação com o prolongamento das hostilidades. “Quero aproveitar esta oportunidade para dizer, com toda a clareza, aos nossos irmãos de Israel e do Irão: cessem as hostilidades. Interrompam a guerra sem demora”, declarou com firmeza.

Umaro Sissoco Embaló advertiu ainda que, se os apelos não forem ouvidos, a Guiné-Bissau poderá agir diplomaticamente. “Caso estas nações insistam na continuidade do conflito, a nossa pátria, ainda que pequena em dimensão, sente-se na obrigação moral de reagir. Poderemos tomar iniciativas que contribuam para a paz”, afirmou o líder, sem especificar que tipo de medidas estariam em cima da mesa.

A postura do Presidente foi recebida com aplausos por parte da população presente, que viu na sua fala uma demonstração de coragem e de compromisso com a paz mundial. Alguns analistas políticos locais interpretam esta declaração como uma tentativa de posicionar a Guiné-Bissau como uma voz ativa nos assuntos internacionais, especialmente no que diz respeito à promoção do diálogo entre nações.

Esta não é a primeira vez que Umaro Sissoco Embaló se pronuncia sobre questões de alcance global. O dirigente tem vindo a cultivar uma imagem de estadista comprometido com a diplomacia internacional e com a estabilidade do continente africano e do mundo em geral. O seu governo tem apostado no fortalecimento das relações bilaterais e multilaterais, com foco na cooperação, segurança e desenvolvimento.

A autoestrada inaugurada representa um passo importante para o crescimento económico e para a modernização da infraestrutura viária do país. Segundo o governo guineense, a obra não só facilitará a mobilidade dos cidadãos como também impulsionará o comércio local e internacional, visto que conecta o principal aeroporto a uma das zonas mais estratégicas para o escoamento de bens.

Durante a cerimónia, Embaló destacou ainda o papel da China no apoio ao desenvolvimento da Guiné-Bissau. “Este projeto é resultado de uma cooperação frutífera com os nossos parceiros chineses, a quem agradecemos pelo empenho e pela confiança”, sublinhou o Presidente.

Sobre a questão internacional, o Presidente reiterou que a Guiné-Bissau defende a resolução pacífica de conflitos e o respeito pelo direito internacional. “Somos uma nação que acredita no diálogo e na diplomacia. Por isso, fazemos este apelo em nome da paz, da vida e da dignidade humana”, reforçou.

O cenário de tensão entre Israel e Irão tem provocado apreensão em várias partes do mundo, e a posição assumida por Embaló reflete o crescente envolvimento das nações africanas na busca por soluções diplomáticas globais.

Diversos observadores internacionais consideram que a África, embora muitas vezes afastada dos grandes palcos de decisão mundial, pode e deve ter um papel mais ativo na promoção da paz. A declaração do Presidente guineense surge assim como uma tentativa de mostrar que o continente não é apenas um espectador, mas também um agente de mudança.

Encerrando o seu discurso, Umaro Sissoco Embaló voltou a reforçar o seu apelo em tom firme, porém conciliador: “A guerra não beneficia ninguém. É hora de cessar as armas, abrir espaço para o entendimento e evitar mais perdas humanas. Guiné-Bissau está atenta e pronta para contribuir no que for necessário pela paz.”

A imprensa local e internacional repercutiu as palavras do Presidente, que ganham relevo num contexto geopolítico cada vez mais frágil. Resta saber se os seus apelos serão considerados pelos líderes das nações envolvidas no conflito.

Com isso, a Guiné-Bissau coloca-se no mapa das vozes africanas que exigem o fim das guerras e a prevalência da diplomacia sobre a violência.



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