Moradores do Bairro 3 de Fevereiro, na Cidade de Maputo, expressam profunda preocupação com a crescente onda de criminalidade na zona, atribuída à existência de quintas em estado de abandono. Estes locais, marcados por construções inacabadas, ruínas e entulho, transformaram-se em esconderijos perigosos e pontos de prática de crimes graves, como homicídios e agressões sexuais.
De acordo com os residentes e representantes das estruturas comunitárias, o cenário no interior dessas propriedades é desolador e inspira medo. A situação agravou-se recentemente, após o caso de uma jovem que foi violentada sexualmente num dos compartimentos de uma construção abandonada, tendo sido encontrada em estado crítico e permanecendo hospitalizada até hoje.
Cansados da insegurança, os moradores decidiram agir por conta própria. Numa inspeção feita à zona suspeita, foram encontrados dois uniformes pertencentes à polícia, além de objetos cortantes e instrumentos possivelmente usados nos atos criminosos.
A revolta culminou no último fim de semana, quando os residentes ameaçaram demolir as estruturas das quintas abandonadas. Em alternativa, propuseram que os terrenos fossem requalificados e distribuídos à juventude local, como forma de dar-lhes utilidade e devolver a segurança ao bairro.
Por sua vez, os seguranças colocados nas propriedades distanciaram-se de qualquer envolvimento nos crimes. O alegado proprietário de uma das quintas foi também contactado, tendo afirmado desconhecer as ocorrências ilícitas nos seus terrenos.
A secretaria do bairro afirma estar a viver um autêntico pesadelo, sem conseguir dormir com tranquilidade, e que os pedidos de intervenção junto aos supostos donos das propriedades não têm surtido efeito.
Enquanto não há uma resposta concreta por parte das autoridades competentes, a população continua refém do medo, exigindo ações imediatas para garantir segurança e dignidade à comunidade.
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