A família do homem abatido a tiros, no recente incidente ocorrido em Nkobe, na cidade da Matola, que abalou a opinião pública, finalmente quebrou o silêncio e confirmou aquilo que muitos já suspeitavam: a vítima era sim um membro activo da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), uma das forças de elite da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Apesar desta revelação feita pelos parentes mais próximos, as autoridades policiais ainda não assumiram oficialmente qualquer ligação da vítima à corporação. Na verdade, a PRM, através dos seus porta-vozes habituais, declarou na tarde de ontem que não tinha conhecimento da eventual pertença do homem à estrutura policial.
Este contraste de versões gerou desconforto e dúvidas entre os cidadãos, sobretudo nas redes sociais, onde a indignação é cada vez mais visível. Muitos questionam como é possível a instituição policial desconhecer um dos seus membros, ainda mais num caso tão grave que resultou na morte por armas de fogo.
Segundo informações recolhidas por cidadãos repórteres no local, o homem estaria a conduzir uma viatura Mahindra, frequentemente usada por agentes operacionais. As circunstâncias em que ocorreu o tiroteio ainda não foram totalmente esclarecidas. Testemunhas afirmam que a ação foi rápida e violenta, e que não houve tempo para socorrer a vítima, que morreu no local.
Enquanto isso, cresce a pressão sobre a PRM para apresentar esclarecimentos oficiais, tanto sobre a identidade do homem como sobre os autores dos disparos. Organizações de direitos humanos exigem uma investigação séria, transparente e célere para apurar os factos e responsabilizar os envolvidos.
Nacala Admite: “Estamos de Mãos Atadas Frente à Erosão”
Na cidade portuária de Nacala, o Conselho Municipal reconheceu publicamente a sua impotência em lidar com o agravamento da erosão costeira, um problema antigo que ameaça infraestruturas, habitações e a vida de milhares de residentes. Em conferência de imprensa realizada esta semana, membros do conselho admitiram que os recursos são insuficientes para enfrentar a dimensão do fenómeno.
Os bairros mais afetados, como Triângulo, Mutivasse e Carrupeia, continuam a registar deslizamentos de terras e perda constante de solo. Algumas famílias foram já evacuadas para zonas mais seguras, mas muitas continuam a viver em áreas de risco por falta de alternativas habitacionais.
Especialistas ambientais apontam que a erosão em Nacala está a ser agravada por fatores como o desmatamento, construções desordenadas, alterações climáticas e ausência de políticas públicas eficazes. A população, por sua vez, clama por uma intervenção urgente do governo central e de parceiros internacionais.
O presidente do Conselho Municipal, visivelmente frustrado, apelou à solidariedade de todos os moçambicanos e à mobilização de fundos para mitigar os efeitos do problema. “Não temos maquinaria, nem capacidade técnica suficiente. Precisamos de apoio”, disse.
Violência Contra Idosos em Moçambique: Um Alerta Vermelho Silencioso
Enquanto os problemas urbanos e institucionais tomam o centro das atenções, uma crise silenciosa continua a crescer em Moçambique: a violência contra pessoas idosas. De norte a sul do país, casos de maus-tratos, abandono, agressões físicas e até assassinatos têm vindo a aumentar, segundo dados de organizações sociais e relatos nos meios de comunicação.
Muitos idosos continuam a ser alvo de acusações infundadas de feitiçaria, o que frequentemente resulta em agressões brutais ou linchamentos. Este fenómeno, ainda enraizado em crenças tradicionais, tem sido responsável por várias mortes nas zonas rurais, onde a intervenção policial é limitada e o acesso à justiça é quase inexistente.
Na capital, Maputo, e em outras grandes cidades, os idosos enfrentam desafios diferentes, mas igualmente graves. Muitos vivem em situação de pobreza extrema, sem apoio das famílias ou do Estado. A mendicidade entre idosos tornou-se cada vez mais comum, denunciando falhas na rede de proteção social.
A sociedade civil tem vindo a organizar campanhas de sensibilização, mas a resposta das autoridades ainda é tímida. Líderes comunitários e religiosos apelam a uma mudança de mentalidade e ao reforço de políticas públicas voltadas para o bem-estar da terceira idade.
Estas e Outras Notícias, com Enya Maló, no Jornal Principal (JP)
Para mais informações detalhadas sobre estes e outros assuntos que marcam a actualidade nacional, sintonize o Jornal Principal (JP), com apresentação da jornalista Enya Maló. O programa traz diariamente reportagens exclusivas, entrevistas, denúncias e análises aprofundadas sobre os temas que impactam o dia-a-dia dos moçambicanos.
Desde questões de segurança
Comentários
Postar um comentário