Assalto brutal em Zimpeto: Grupo de criminosos invade residência, tortura vendedor e leva bens valiosos

 


Um clima de insegurança voltou a assombrar os moradores do bairro Mateque, na zona do Zimpeto, em Maputo, após um violento assalto ocorrido recentemente. A população vive momentos de tensão e medo depois que um grupo composto por cerca de dez indivíduos armados invadiu, durante a madrugada, uma residência onde vivia um comerciante local.

O caso deu-se por volta das três da manhã, quando os moradores do bairro ainda dormiam profundamente. Os assaltantes, que aparentavam estar bem organizados, arrombaram os portões e invadiram a propriedade com extrema agressividade. Segundo informações fornecidas por vizinhos e familiares da vítima, os criminosos estavam munidos de armas brancas, paus, facões e até instrumentos de tortura improvisados.

A residência alvo do ataque pertence a um vendedor conhecido na zona por comercializar diversos produtos no mercado informal. Ele é tido como uma pessoa trabalhadora, que construiu sua casa com muito esforço. Aparentemente, os assaltantes tinham conhecimento da existência de bens de valor no interior da casa.

Testemunhas contam que o grupo não teve qualquer compaixão ao lidar com os ocupantes da residência. A vítima principal, o comerciante, foi amarrado e submetido a sessões de espancamento com o intuito de o forçar a revelar onde guardava o dinheiro e outros objetos valiosos. Os relatos indicam que os assaltantes agiram com frieza e brutalidade.

Durante mais de 40 minutos, os bandidos vasculharam todos os compartimentos da casa. Reviraram armários, quebraram portas e até eletrodomésticos em busca de bens. Segundo a vítima, foram levados valores monetários ainda não contabilizados, bem como uma quantidade considerável de jóias, incluindo alianças, colares e relógios de marca.

Além dos bens materiais, os assaltantes também subtraíram documentos pessoais, incluindo bilhetes de identidade, cartões bancários e documentos de propriedade. Os danos não foram apenas materiais: o comerciante, além das agressões físicas, sofreu um grande abalo psicológico.

Após o assalto, os criminosos fugiram a pé, utilizando trilhas entre os quintais, o que dificultou a perseguição. Os gritos de socorro foram ouvidos por vizinhos apenas depois que os assaltantes já haviam escapado. O bairro ficou em alvoroço nas primeiras horas da manhã seguinte, com moradores revoltados com a crescente criminalidade.

O caso foi prontamente reportado às autoridades locais, que se deslocaram ao local para recolher informações e abrir um processo de investigação. A Polícia da República de Moçambique (PRM), por sua vez, confirmou o assalto e informou que está a trabalhar para identificar e capturar os autores do crime.

Moradores do bairro exigem mais policiamento, iluminação pública e patrulhas noturnas, alegando que essa não foi a primeira ocorrência violenta na região. “Já não conseguimos dormir em paz. Esses marginais fazem da noite um campo livre para os seus crimes. Queremos segurança e respostas urgentes,” desabafou um residente local.

A vítima, que continua em recuperação física e emocional, apelou às autoridades para que se faça justiça. Segundo ele, o trauma é profundo e não será facilmente superado. “Eles entraram como se fossem donos da casa. Agiram com maldade, bateram-me, humilharam-me e levaram tudo pelo qual lutei durante anos,” relatou, com voz abatida.

Especialistas em segurança pública defendem que crimes como este são reflexo de uma combinação entre o desemprego juvenil, o crescimento desordenado dos bairros periféricos e a insuficiência de meios das forças de segurança para patrulhar todas as zonas vulneráveis da capital.

Enquanto a polícia segue com as investigações, os residentes do Mateque tentam encontrar formas de proteger as suas casas e famílias. Alguns pensam em formar grupos comunitários de vigilância, outros já consideram a instalação de câmaras de segurança improvisadas, apesar dos custos.

Este caso chocante acende o debate sobre a segurança nos bairros suburbanos de Maputo, onde a população cresce a um ritmo acelerado, mas os serviços básicos, como segurança e iluminação, permanecem precários. A violência com que o crime foi cometido demonstra o nível de audácia e impunidade com que atuam alguns grupos criminosos.

Os moradores esperam que, com a devida atenção das autoridades, este caso sirva de exemplo para reforçar o combate à criminalidade urbana e que medidas concretas sejam tomadas. “Não podemos continuar a viver reféns do medo,” disse um membro do comité do bairro.

O incidente também reacendeu o debate sobre a colaboração entre a população e as autoridades. Muitos acreditam que a denúncia rápida e o envolvimento da comunidade são essenciais para travar o avanço do crime. No entanto, há ainda medo de represálias, o que impede que algumas testemunhas colaborem com a polícia.

Por enquanto, a residência atacada permanece em silêncio, com janelas quebradas e sinais visíveis de violência. É um lembrete sombrio da noite em que a segurança foi brutalmente interrompida por criminosos que não pouparam esforços para roubar, ferir e espalhar o terror.


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