Em menos de uma semana, dois altos comandantes iranianos perderam a vida em ofensivas israelitas, numa escalada que promete reconfigurar o tabuleiro militar do Médio Oriente.
O major-general Ali Shadmani, que recentemente assumira a chefia do quartel-general central Khatam-al Anbiya — núcleo estratégico das operações militares do Irão — foi abatido por forças israelitas num ataque aéreo classificado como “cirúrgico”. Este ataque acontece poucos dias após a morte do seu antecessor, Gholam Ali Rashid, numa primeira vaga de bombardeamentos também atribuídos a Israel.
Durante quatro dias, Shadmani ocupou a posição de maior responsabilidade dentro do aparelho militar iraniano, coordenando não só o comando de resposta rápida do regime, mas também o conjunto das forças armadas convencionais e da poderosa Guarda Revolucionária Islâmica. Israel afirma que ele era o verdadeiro cérebro por trás das estratégias ofensivas de Teerão e braço-direito do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Num comunicado emitido pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), é destacado o peso da figura de Shadmani dentro da hierarquia militar: “Ele comandava todas as forças armadas regulares, bem como a Guarda Revolucionária. Era o arquiteto por trás dos planos de agressão do regime iraniano contra o Estado de Israel.”
Segundo o mesmo comunicado, Shadmani liderava o comando responsável por aprovar operações militares e autorizar ataques contra alvos estrangeiros, sendo considerado uma ameaça direta à segurança israelita. Por isso, a sua eliminação é descrita como “altamente simbólica e estrategicamente necessária”.
Ali Shadmani não era uma figura qualquer. Antes de ocupar o cargo máximo, serviu como vice-comandante no mesmo quartel-general e liderou múltiplas operações militares em diversas frentes regionais, incluindo a Síria e o Iraque, onde o Irão mantém presença estratégica através de milícias aliadas. Era conhecido dentro do círculo de poder iraniano como um dos estrategas mais influentes, com acesso direto às decisões do aiatolá.
A operação que resultou na sua morte segue um padrão já utilizado anteriormente por Israel em ações contra grupos considerados hostis. A tática de eliminar líderes e seus sucessores imediatos tem sido aplicada, por exemplo, contra o Hezbollah no Líbano. Em declarações anteriores, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez referência direta a essa estratégia: “Não basta eliminar o líder. É preciso também neutralizar o próximo na linha de sucessão e aquele que o segue.”
Netanyahu mencionou casos concretos em que Israel terá abatido o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, seu substituto e até o substituto deste, numa tentativa de impedir o reagrupamento das estruturas de comando das organizações inimigas. Com a recente morte de Shadmani, parece evidente que a mesma lógica está agora a ser aplicada ao Irão.
A retaliação de Israel ocorre num momento de crescente tensão entre os dois países. A morte de Rashid, na sexta-feira anterior, já havia sido um duro golpe ao aparato de comando militar iraniano. No entanto, a sucessiva eliminação de Shadmani sugere que Telavive pretende desorganizar profundamente a cadeia de comando das forças armadas iranianas, enfraquecendo assim sua capacidade ofensiva e dissuadindo futuros ataques contra alvos israelitas.
Fontes de inteligência ocidentais indicam que os alvos eliminados não eram apenas militares de carreira, mas também figuras de peso político dentro do regime dos aiatolás, com influência direta nas decisões estratégicas do Irão no contexto da guerra por procuração que se estende do Golfo Pérsico ao Mediterrâneo.
Enquanto isso, o governo iraniano ainda não confirmou oficialmente a morte de Shadmani, embora veículos não estatais já estejam a circular informações sobre a sua ausência e cancelamento de compromissos públicos. Caso seja confirmada, esta morte poderá desencadear uma nova fase do conflito entre Israel e o Irão, com possíveis repercussões nos campos de batalha da Síria, Líbano e mesmo no Iémen.
Israel, por sua vez, tem reforçado a vigilância e o estado de alerta nas fronteiras norte e sul. Tropas adicionais foram deslocadas para áreas estratégicas e o sistema de defesa antimíssil encontra-se em prontidão total.
A comunidade internacional observa com preocupação esta escalada, temendo que uma guerra aberta entre os dois países possa arrastar toda a região para um conflito de grandes proporções. No entanto, tanto Israel como o Irão continuam a agir de forma fragmentada, com ataques pontuais, mantendo a guerra no campo da inteligência e das operações especiais.
Shadmani, que parecia ser o novo pilar do poder militar iraniano, teve o seu comando interrompido abruptamente. A sucessiva eliminação de altos comandantes do Irão deixa o país com uma lacuna na liderança operacional, enquanto tenta reorganizar-se em plena crise regional.
A mensagem de Israel é clara: não haverá espaço seguro para os responsáveis por planear e autorizar ataques contra seu território. A guerra invisível entre os serviços de inteligência continua, mas os seus efeitos são cada vez mais visíveis — e letais.
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