Na manhã desta quinta-feira, um incidente incomum e preocupante agitou o ambiente académico da Escola Secundária de Mocímboa da Praia-Sede, localizada na província de Cabo Delgado. O que parecia ser apenas mais um dia normal de aulas, transformou-se num cenário de espanto, comoção e incerteza, após uma professora desmaiar repentinamente dentro da sua sala de aula.
De acordo com informações apuradas no local, a docente, cujo nome ainda não foi oficialmente revelado pelas autoridades escolares, terá encontrado um objeto estranho no interior da sua sala, momentos antes de iniciar as actividades letivas. O pacote, envolvido cuidadosamente em camadas de papel escuro, encontrava-se pousado sobre uma das mesas ao lado do quadro negro.
Segundo testemunhas, ao se deparar com o objeto, a professora demonstrou sinais de inquietação, mas decidiu abri-lo, possivelmente para confirmar do que se tratava. Contudo, poucos instantes após manusear e desenrolar o embrulho, a mesma perdeu os sentidos, caindo de forma brusca diante de alguns alunos que já se encontravam presentes para a aula.
Relatos dos estudantes afirmam que o ambiente ficou carregado de tensão e medo. “Nós só ouvimos um grito curto e depois ela caiu. Corremos para chamar outros professores. Alguns colegas começaram a chorar, porque pensaram que ela tinha morrido,” contou um aluno da 11ª classe.
A direção da escola foi prontamente alertada e acionou os serviços médicos locais. A professora foi imediatamente transportada para uma unidade de saúde próxima, onde recebeu atendimento de urgência. De acordo com fontes hospitalares, ela foi estabilizada e permanece em observação, consciente, porém visivelmente abalada emocionalmente.
O conteúdo do embrulho ainda não foi revelado oficialmente. No entanto, fontes extraoficiais sugerem que se tratava de algo que poderia ter ligação com rituais místicos, dada a forma como estava cuidadosamente preparado e o forte cheiro que exalava, semelhante a ervas queimadas e substâncias desconhecidas. Esses detalhes alimentaram especulações nas redes sociais e entre a população estudantil, que se mostrou dividida entre o medo e a curiosidade.
Alguns pais de alunos, ao tomarem conhecimento da situação através de chamadas e mensagens de seus filhos, deslocaram-se imediatamente à escola para buscar esclarecimentos e verificar a segurança dos seus educandos. “Temos medo do que está a acontecer aqui. Precisamos que nos digam o que realmente se passou e se os nossos filhos estão em risco,” desabafou uma encarregada de educação visivelmente nervosa.
As autoridades escolares confirmaram o incidente e prometeram abrir um inquérito interno para apurar a origem do embrulho, como foi parar dentro da sala de aula, e se há envolvimento de terceiros no caso. Paralelamente, a Polícia da República de Moçambique (PRM) foi chamada a intervir. Agentes estiveram no local, recolheram o objeto suspeito e isolaram temporariamente a sala onde ocorreu o episódio, para proceder a investigações forenses.
A Direção Distrital de Educação de Mocímboa da Praia pronunciou-se no final da tarde, considerando o caso “grave e atípico”, e afirmou que irá acompanhar de perto o processo investigativo, ao mesmo tempo que garante que medidas de segurança serão reforçadas no recinto escolar.
Psicólogos escolares também foram mobilizados para prestar apoio aos alunos que testemunharam o desmaio da professora, visto que alguns ainda apresentavam sinais de choque horas depois. “Vamos realizar sessões de aconselhamento para todos os estudantes que estavam na sala no momento do ocorrido. Também ofereceremos suporte à professora assim que ela estiver em condições de receber visitas,” afirmou um dos técnicos do setor psicossocial.
O incidente levanta novamente o debate sobre segurança dentro das instituições de ensino e o papel que crenças místicas e práticas culturais ainda desempenham em certas comunidades. “Não podemos ignorar que existem casos em que objetos são deixados intencionalmente para causar medo ou enviar mensagens ocultas. É preciso estar atento,” alertou um líder comunitário.
Enquanto as investigações prosseguem, a comunidade educativa permanece em estado de alerta, e o episódio desta manhã continuará a ser assunto de discussão por muito tempo. A escola deverá retomar as atividades normais nos próximos dias, mas com vigilância reforçada e medidas adicionais de segurança para evitar ocorrências semelhantes.
A população local aguarda esclarecimentos mais detalhados por parte das autoridades, numa altura em que o medo do desconhecido e das práticas obscuras ainda paira sobre muitos estabelecimentos de ensino da região. A escola, antes vista como um espaço de aprendizagem e refúgio, agora carrega consigo o estigma de um acontecimento perturbador.
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